quarta-feira, 10 de junho de 2015

Poema "Camões Dirige-se Aos Seus Contemporâneos" de Jorge de Sena

Podereis roubar-me tudo:
as ideias, as palavras, as imagens,
e também as metáforas, os temas, os motivos,
os símbolos, e a primazia
nas dores sofridas de uma língua nova,
no entendimento de outros, na coragem
de combater, julgar, de penetrar
em recessos de amor para que sois castrados.
E podereis depois não me citar,
suprimir-me, ignorar-me, aclamar até
outros ladrões mais felizes.
Não importa nada: que o castigo
será terrível. Não só quando
vossos netos não souberem já quem sois
terão de me saber melhor ainda
do que fingis que não sabeis,
como tudo, tudo o que laboriosamente pilhais,
reverterá para o meu nome. E, mesmo será meu,
tido por meu, contado como meu,
até mesmo aquele pouco e miserável
que, só por vós, sem roubo, haveríeis feito.
Nada tereis, mas nada: nem os ossos,
que um vosso esqueleto há de ser buscado,
para passar por meu. E para outros ladrões,
iguais a vós, de joelhos, porem flores no túmulo.
Resultado de imagem para jorge sena


Jorge de Sena (1919-1978) foi engenheiro civil na junta Autónoma de Estradas, poeta, dramaturgo, ensaísta e tradutor de poesia.A sua oposição ao fascismo levou-o ao exílio no Brasil e nos Estados Unidos da América, onde se dedicou ao ensino universitário de Língua e Literatura Portuguesas. Algumas das suas obras mais importantes são Peregrinação, Fidelidade, Andanças do Demónio, Sinais de Fogo,40 Anos de Servidão, Poesia II e Poesia III. Recebeu, no pós-25 de Abril, inúmeras homenagens e prémios de reconhecimento pelo seu contributo para a Língua Portuguesa.



No meu ponto de vista, o poema é uma homenagem a Camões, mas é um poema  difícil de compreender.


Rafael Dias, nº 16  -  9º B    

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Poema de José Gomes Ferreira


III

O tempo parou
no caminho para a escola
- musgo de voo,
asas de gaiola.

Às vezes no passado a morte é assim.
Continua-se vivo.

Só a gravidade muda de lei
- pedra que para sem peso no ar do jardim
e não torno a vê-la quebrar o vidro
que eu quebrei.


José Gomes Ferreira, Poeta Militante-Viagem do século XX em Mim, 3.º vol., 4.ª ed., Dom Quixote, 1997


Análise :

O sujeito poético relembra o seu passado, focando-se num momento específico, a ida para a escola.
O percurso para a escola é encarado como um momento de comunhão com a Natureza e de liberdade, mas condicionada, pois conduz a um destino opressor.
Para o sujeito poético, embora o tempo passe, o passado permanece dentro de nós. 
Há leis que parecem imutáveis, mas que por momentos parecem ser desafiadas, contra toda a lógica.
Ainda que queira, o sujeito poético é incapaz de fazer o tempo voltar atrás.


Biografia do autor:

José Gomes Ferreira foi um escritor e poeta português, filho do empresário e benemérito Alexandre Ferreira e pai do arquiteto Raul Hestnes Ferreira e do poeta Alexandre Vargas Ferreira. Nasceu a  9 de julho de 1900 e faleceu em 1985. 

Na minha opinião, o poema é uma invocação para as pessoas que  não valorizam aquilo que a vida lhes oferece. Gostei do poema e recomendo a sua leitura. 
     Poema "Fragmentos" de Nuno Júdice





Nuno Júdice nasceu em 1949, no Algarve. Para além de professor universitário, Nuno Júdice é poeta, ficcionista e ensaísta. Escreveu diversas obras: A Noção do Poema, A Partilha dos Mitos (...) 
Foi agraciado com vários prémios de poesia e de ficção. 


Crítica:

1) Na minha opinião, o poema é confuso, e de difícil compreensão. Eu pessoalmente, não gostei do poema pois acho que para além de ser um poema difícil, é um poema que não me conseguiu chamar a atenção e não o achei interessante.Eu não aconselho este poema a quem não tenha interesse pela poesia ou a quem se esteja a iniciar na mesma pois os temas tratados são, na minha opinião, complexos e desinteressantes.  

Andreia Gomes  9ªB

2) Eu acho que o poema é muito construtivo, pois desencadeia três ideias diferentes que estão interligadas entre si. O poema é um poema difícil e por isso mesmo, eu aconselho este poema a quem quiser desenvolver a sua capacidade mental e de leitura.

Rafael Ferreira  9ªB





Poema "Para Vivenciar Nadas" de Ondjaki
 
 
 
       Para Vivenciar Nadas
 
          borboleta é um ser irrequieto
          para vestes usa pólen.
          tem um cheiro colorido
          e babas de amizade.
          descola por ventos
          e facilmente aterriza em sonhos.
          borboleta tem correspondência direta
          com a palavra alma.
          para existir usa liberdades.
          desconhece o som da tristeza
          embora saiba afoga-la.
          usa com afinidades
          o palco da natureza.
          nega maquilhagens isentas
          de materiais cósmicos. como digo:
          pó de lua, lápis solar
          castanho-raiz, cinzento-nuvem.
          borboleta dispõe de intimidades
          com arco íris
          a ponto de cócegas mútuas.
          para beijar amigos e vidas ela usa olhos.
          borboleta é um ser
          de misteriosos nadas.
                        Ondjaki, Há Prendisajens com o Xão, Caminho, 2009
 

     
   Ondjaki nasceu em 1977 em Luanda mas estudou sociologia em Lisboa. É autor de várias obras, sendo algumas delas premidas. Este texto é uma estrofe irregular composta por 23 versos sendo que não tem métrica fixa e a sua rima é misturada.
 
 
  Na minha opinião eu gostei deste poema porque nos faz pensar na vida, que devemos aproveitar cada dia como se fosse o último, não complicar as coisas mais simples e a não deixar para amanha aquilo que podemos fazer hoje. Apesar de não ser um poema que realce muito acho-o interessante e aconselho todos a lê-lo.
 
Análise crítica de Catarina Godinho 9ºB
 
 
 
 
 
 


domingo, 7 de junho de 2015

Poema "Monotonia" de Irene Lisboa

Monotonia

Começar, recomeçar, interminamente repetir um
monótono romance, o romance da minha vida,
Com palavras iguais, inalteráveis, semelhantes,
insistir sobre o cansaço e a pobreza disto de viver...
Andar como os dementes pelos cantos a repisar
o que já ninguém quer ouvir.
Levar o meu desprecioso tempo à deriva.
Queixar-me, castigar e lamentar sem qualquer
esperança, por desfastio.
Pôr a nu uma miséria comum e conhecida,
chamente, serenamente, indiferente à beleza dos temas
e das conclusões.
Monotonamente, monotonamente.

Monotonia. Arte, vida...
Não serei ainda eu que te erigirei o merecido
altar.
Que te manejarei hábil e serena.
Monotonia! Gume frio, acerado, tenaz, eloquente.
Sinto de poucos tons, impressionante.
Mas se te descobri não te vou renegar.
Tu ensinas-me, tu insinuas-me a arte da verdade,
a pobreza e a constância.
Monotonia, torna-me desinteressada.
Irene Lisboa, Poesia I - Um dia e outro Dia e Outono Havias de Vir, Presença, 1991

Irene Lisboa nasceu na Arruda dos Vinhos em 1982 e morreu em Lisboa em 1958. Formou-se na Escola Normal Primária e fez estudos de formação pedagógica em Genebra.
Algumas das suas obras: Solidão I e II; Uma Mão Cheia de Nada, Outra de Coisa Nenhuma; O Pouco e o Muito, Queres Ouvir? Eu Conto, Crónicas da Serra.

Eu gostei do poema pois, na minha opinião, o poema é uma chamada de atenção para as pessoas que levam a vida com pressa e que não valorizam aquilo que há de diferente na vida, e isso, pode levara a uma vida desinteressada. Devido a esta mensagem recomendo a todos que leiam o poema pois pode o alertar para a vida.
Análise Crítica de Carolina Cotrim 9ºB

Na minha opinião, o poema é monótono devido ao seu ritmo, à forma como é escrito e ao tema. Agrada-me a relação que a autora, propositadamente, fez entre o título do poema e à forma como escreveu o mesmo, apesar de não o favorecer na totalidade pois, assim, o poema tornou-se um pouco desinteressante e não me incentivou à leitura do mesmo.
Análise Crítica de Beatriz Murtinho 9ºB


IRENE LISBOA- (1892-1958) nasceu no Casal da Murzinheira, Arruda dos Vinhos, e faleceu em Lisboa. Formou-se pela Escola Nacional Primária de Lisboa e fez estudos de especialização pedagógica em Geneba. tem uma vasta obra da qual se destacam, entre outros títolos: Um Dia e Outro Dia; Outono Havias de Vir; Solidão 1 e 2; Uma Mão Cheia de Nada, Outra de Coisa Nenhuma; O Pouco e o Muito; Queres Ouvir? Eu Conto, Crónicas da Serra; Esta Cidade!.



MONOTONIA 

Começar, recomeçar, indeterminadamente repetir um
monótono romance, o romance de minha vida.
Com palavras iguais, inalteráveis, semelhantes,
insistir sobre o cansaço e a pobresa disto de viver...
Andar como os dementes pelos cantos a repisar
o que já ninguém quer ouvir.
Levar o meu despercioso tempo à deriva.
Queixar-me, castigar e lamentar sem qualquer
esperança, por desfastio.
Pôr a nu uma miséria comum e conhecida,
chamente, serenamente, indiferente à beleza dos temas
e das conclusões.
Monotonamente, monotonamente.

Monotonia. Arte, vida...
Não serei ainda eu que te erigirei o merecido
altar.
Que te manejarei hábil e serena.
Monotonia! Gume frio, acerado, tenaz,eloquente.
Sino de poucos tons, impressionante.
Mas se te descobri não te vou renegar.
Tu ensinas-me, tu insinuas-me a arte da verdade,
a pobreza e a constância.
Monotonia, torna-me desinterressada.

Na minha opinião o poema mostra muito o nosso dia-a-dia pois é tudo muito repetitivo, muito monotono o que torna a nossa vida desinterressante.

Anastasiya Yefanova Nº 1  9ºC

sábado, 6 de junho de 2015

Poema " Floriram por engano as rosas bravas "

                               Floriram Por Engano As Rosas Bravas





Floriram por engano as rosas bravas
No inverno: veio o vento desfolhá- las...
Em que cismas,meu bem? Porque me calas
As vozes com que há pouco me enganavas?

Castelos doidos! Tão cedo caístes!...
Onde vamos, alheio o pensamento,
De mãos dadas? Teus olhos, que um momento
Perscrutaram nos meus, como vão tristes!

E sobre nós cai nupcial a neve
Surda, em triunfo, pétalas. de leve
Juncando o chão, na acrópole de gelos...

Em redor do teu vulto é como um véu!
Quem as esparze - quanta flor! - do céu,
Sobre nós dois, sobre os nossos cabelos?

                    Camilo Pessanha ,Clepsidra e Outros Poemas ,5ºed., Ática, 1973
                                                                               

Camilo Pessanha (1867-1926) nasceu em Coimbra e exerceu advocacia em Mirandela , Óbidos e Macau onde foi nomeado juiz. É considerado um importante escritor e expoente do Simbolismo .
Faleceu devido á sua débil saúde , em Macau .


Na minha opinião não gosto muito do poema pois retrata a tristeza , os sentimentos , a velhice e a ilusão. No inicio é um bocado difícil de trabalhar.
                                                                                                       Mariana Afonso 9ºC nº13

Acho que maioritariamente em relação ao poema , nós adolescentes não podemos adorar o poema, porque retrata a velhice e nós ainda não passamos por essa fase em que já constituímos uma família, casamos e envelhecemos ao lado de alguém que nos ame, mesmo com receio , medo , ilusão e até mesmo efemeridade...
Mas pelo que li no poema acho que é um bom poema, mas não é fácil de trabalhar.
                                                                                                                 Edna David 9ºC nº4
Poema " O recreio" de Mário de Sá-Carneiro 

Na minha Alma há um balouço
Que está sempre a balouçar -
Balouço á beira dum poço,
Bem difícil de montar...

- E um menino de bibe
Sobre ele sempre a brincar...

Se a corda se parte um dia
(E já vai estando esgarçada),
Era uma vez a folia:
Morre a criança afogada...

- Cá por mim não mudo a corda
Seria grande estopada...

Se o indez morre, deixá-lo
Mais vale morrer de bibe
Que de casaca... Deixá-lo
Balouçar enquanto vive..

- Mudar a corda era fácil...
Tal ideia nunca tive... 
Mário de Sá-Carneiro, Indícios de Oiro, Colares, s/d




O poema foi escrito por Mário de Sá-Carneiro nascido em 1890 em Lisboa e suicidou-se em 1916 em Paris. Frequentou o curso de Direito, mas foi como poeta e ficcionista que se destacou, sendo um dos principais representantes do Modernismo em Portugal. Deixou uma obra diversificada, desde o teatro (Amizade, Alma), á poesia (Dispersão, Indícios de Oiro), passando pela narrativa ( A Confissão de Lúcio, Céu em Fogo). 



Na minha opinião, eu não gostei do poema porque não achei muito interessante e o poema não é muito alegre. Quando li o título tinha a expectativa que o poema fosse alegre e que deixasse uma mensagem diferente, mas quando li o poema até ao fim, vi que mostrava tristeza e perigo e não mostrava nenhuma alegria. 
João Marques Nº8 9ºC

Este poema mostra perigo. A atitude do menino foi considerada perigosa, uma vez que ele se encontra a balouçar perto de um poço, num balouço em mau estado. À medida que o poema se desenvolve, o conceito de recreio passa a estar associado a uma ideia de perigo, de possível morte. 
Eu gostei do poema, e achei interessante. Acho que mostra um pouco de coragem da parte do menino por balouçar em cima dum poço, e perigoso por causa do balouço estar em mau estado e ele continuar a balouçar nele.
Léa Dias Nº11 9ºC

               
      Poema " Para Vivenciar Nadas" de Ondjaki

Borboleta é um ser irrequieto.
Para vestes usa pólen.
Tem um cheiro colorido
e babas de amizade.
Descola por ventos
e facilmente aterroriza em sonhos.
Borboleta tem correspondência direta
com a palavra alma.
Para existir usa liberdades.
Desconhece o som da tristeza
embora saiba afogá-la.
Usa com afinidades
o palco da natureza.
Nega maquilhagens isentas
de materiais cósmicos. Como digo:
Pó-de-lua, lápis solar
castanho-raiz, cinzento-nuvem.
Borboleta dispõe de intimidades
com arcos íris
a ponto de cócegas mútuas.
Para beijar amigos e vidas ela usa olhos.
Borboleta é um ser
de misteriosos nadas.


Odjaki-(5 de julho de 1977 )É um escritor angolano
Estudou em Luanda e concluiu licenciatura em sociologia em Lisboa, Portugal. Fez doutoramento em "estudos africanos" (Itália, 2010). Obteve o segundo lugar no prémio António Jacinto realizado em Angola, e publica o primeiro livro, Actu Sanguíneu.
Depois de estudar por seis meses em Nova Iorque na Universidade de Columbia, filma com Kiluanje Liberdade o documentário Oxalá cresçam pitangas - histórias da Luanda .
As suas obras foram traduzidas para diversas línguas, entre elas francês, inglês, alemão, italiano, espanho e chinês. Como por exemplo "a bicicleta que tinha bigodes". Foi laureado pelo Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco em 2007, pelo seu livro Os da Minha Rua. Recebeu, na Etiópia, o prémio Grinzane por melhor escritor africano de 2008.

Na minha opinião, gostei do texto porque realça de certa forma o mundo da Natureza.Mais diretamente ás "borboletas". O autor neste poema tenta dar interesse aos leitores para  terem mais curiosidade pela Natureza, pelo ambiente e pela descoberta. Eu pessoalmente gostei e achei muito interessante!        Beatriz Carter


sexta-feira, 5 de junho de 2015

Poema "Camões Dirige-se Aos Seus Contemporâneos" de Jorge de Sena

Camões Dirige-se Aos Seus Contemporâneos 


Podereis roubar-me tudo:
as ideias, as palavras, as imagens,
e também as metáforas, os temas, os motivos,
os símbolos, e a primazia
nas dores sofridas de uma língua nova,
no entendimento de outros, na coragem
de combater, julgar, de penetrar
em recessos de amor para que sois castrados.
E podereis depois não me citar,
suprimir-me, ignorar-me, aclamar até
outros ladrões mais felizes.
Não importa nada: que o castigo


será terrível. Não só quando 
vossos netos não souberem já quem sois
terão de me saber melhor ainda
do que fingis que não sabeis,
como tudo, tudo o que laboriosamente pilhais,
reverterá para o meu nome.E mesmo será meu,
tido por meu, contado como meu,
até mesmo aquele pouco e miserável 
que, só por vós, sem roubo, haveríeis feito.
Nada tereis, mas nada: nem os ossos, 
que um vosso esqueleto há de ser buscado, 
para passar por meu.E para outros ladrões,
iguais a vós, de joelhos, porem flores no túmulo.




Jorge de Sena (1919-1978) foi engenheiro civil na Junta Autónoma de Estradas, poeta, dramaturgo, ensaísta e tradutor de poesia.A sua oposição ao fascismo levou-o ao exílio no Brasil e  nos Estados Unidos da América, onde se dedicou ao ensino universitário de Língua e Literatura Portuguesas.Algumas das suas obras mais importantes são Peregrinação, Fidelidade, Andanças do Demónio, Sinais de Fogo,40 Anos de Servidão, Poesia II e Poesia III.Recebeu, no pós-25 de Abril, inúmeras homenagens e prémios de reconhecimento pelo seu contributo para a Língua Portuguesa.~



No meu ponto de vista o poema é de opinião própria, trata um português antigo, tem alguma dificuldade em entender de que se trata o texto, e o autor recorre  à enumeração.
Joana Santos 9ºC Nº7



No meu sentido de perceber acho que o texto retrata um idoso a reflectir sobre os jovens de hoje em dia passando pela linguagem que os jovens usam até a idade avançada dos mesmos
Micael Gomes 9ºC Nº14
Poema "Floriram por engano as rosas bravas" de Camilo Pessanha

"FLORIRAM POR ENGANO AS ROSAS BRAVAS"

Floriram por engano as rosas bravas
No inverno: veio o vento desfolhá-las...
Em que cismas meu bem? Porque me calas 
As vozes com que há pouco me enganavas?

Castelos doidos! Tão cedo caístes!...
Onde vamos, alheio o pensamento,
De mãos dadas? Teus olhos, que um momento
Perscrutaram nos meus, como vão tristes!

E sobre nós cai nupcial a neve,
Surda, em triunfo, pétalas, de leve
Juncando o chão, na acrópole de gelos...

Em redor do teu vulto é como um véu!
Quem as esparze - quanta flor! - do céu,
Sobre nós dois, sobre os nossos cabelos?


Camilo Pessanha (1867-1926) nasceu em Coimbra e faleceu em Macau, foi nomeado juiz e exerceu advocacia em Mirandela, Óbidos e Macau. Hoje, é considerado um grande escritor e o expoente máximo do simbolismo.


Na minha opinião este poema demonstra tristeza, solidão, uma vida sem alegria com muito sofrimento, eu recomendo a leitura, pois ensina-nos uma grande lição de vida. (Sandrina)

O poema apresenta suavidade, amor, realidade, melancolia, expressividade, inquietações e emoções... Eu gostei do poema e recomendo a ler pois faz pensar na vida. (Sónia)

Sandrina Marques Nº17 9ºA
Sónia José Nº19 9ºA

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Poema "Ó Sino Da Minha Aldeia" de Fernando Pessoa

                                    Ó Sino Da Minha Aldeia



Resultado de imagem para fernando pessoaÓ sino da minha aldeia,
Dolente na tarde 
Cada tua badalada
Soa dentro da minha alma.

E é tão lento o teu soar,
Tão como triste da vida,
Que já a primeira pancada
Tem o som de repetida.

Por mais que me tanjas perto
Quando passo, sempre errante,
És para mim como um sonho.
Soas-me na alma distante.

A cada pancada tua
Vibrante no céu aberto,
Sinto mais longe o passado,
Sinto a saudade mais perto.



  Este poema foi escrito pelo o poeta Fernando Pessoa nascido a 1888 e faleceu a 1935,
distinguiu-se como poeta e foi um dos principais introdutores do Modernismo em Portugal.
  Fernando Pessoa publicou inúmeros poemas em diferentes revistas, a única obra que 
ele editou em vida foi Mensagem.   


  Na minha opinião este poema é um poema interessante, dele podemos tirar uma 
mensagem : " A medida que o tempo passa, a saudade aumenta e isso acontece muitas 
vezes na nossa vida, em diversas situações.  


                                                                                           Catarina Mendes Lopes Nº9 9ºB