sábado, 6 de junho de 2015

               
      Poema " Para Vivenciar Nadas" de Ondjaki

Borboleta é um ser irrequieto.
Para vestes usa pólen.
Tem um cheiro colorido
e babas de amizade.
Descola por ventos
e facilmente aterroriza em sonhos.
Borboleta tem correspondência direta
com a palavra alma.
Para existir usa liberdades.
Desconhece o som da tristeza
embora saiba afogá-la.
Usa com afinidades
o palco da natureza.
Nega maquilhagens isentas
de materiais cósmicos. Como digo:
Pó-de-lua, lápis solar
castanho-raiz, cinzento-nuvem.
Borboleta dispõe de intimidades
com arcos íris
a ponto de cócegas mútuas.
Para beijar amigos e vidas ela usa olhos.
Borboleta é um ser
de misteriosos nadas.


Odjaki-(5 de julho de 1977 )É um escritor angolano
Estudou em Luanda e concluiu licenciatura em sociologia em Lisboa, Portugal. Fez doutoramento em "estudos africanos" (Itália, 2010). Obteve o segundo lugar no prémio António Jacinto realizado em Angola, e publica o primeiro livro, Actu Sanguíneu.
Depois de estudar por seis meses em Nova Iorque na Universidade de Columbia, filma com Kiluanje Liberdade o documentário Oxalá cresçam pitangas - histórias da Luanda .
As suas obras foram traduzidas para diversas línguas, entre elas francês, inglês, alemão, italiano, espanho e chinês. Como por exemplo "a bicicleta que tinha bigodes". Foi laureado pelo Grande Prémio de Conto Camilo Castelo Branco em 2007, pelo seu livro Os da Minha Rua. Recebeu, na Etiópia, o prémio Grinzane por melhor escritor africano de 2008.

Na minha opinião, gostei do texto porque realça de certa forma o mundo da Natureza.Mais diretamente ás "borboletas". O autor neste poema tenta dar interesse aos leitores para  terem mais curiosidade pela Natureza, pelo ambiente e pela descoberta. Eu pessoalmente gostei e achei muito interessante!        Beatriz Carter


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