domingo, 7 de junho de 2015



IRENE LISBOA- (1892-1958) nasceu no Casal da Murzinheira, Arruda dos Vinhos, e faleceu em Lisboa. Formou-se pela Escola Nacional Primária de Lisboa e fez estudos de especialização pedagógica em Geneba. tem uma vasta obra da qual se destacam, entre outros títolos: Um Dia e Outro Dia; Outono Havias de Vir; Solidão 1 e 2; Uma Mão Cheia de Nada, Outra de Coisa Nenhuma; O Pouco e o Muito; Queres Ouvir? Eu Conto, Crónicas da Serra; Esta Cidade!.



MONOTONIA 

Começar, recomeçar, indeterminadamente repetir um
monótono romance, o romance de minha vida.
Com palavras iguais, inalteráveis, semelhantes,
insistir sobre o cansaço e a pobresa disto de viver...
Andar como os dementes pelos cantos a repisar
o que já ninguém quer ouvir.
Levar o meu despercioso tempo à deriva.
Queixar-me, castigar e lamentar sem qualquer
esperança, por desfastio.
Pôr a nu uma miséria comum e conhecida,
chamente, serenamente, indiferente à beleza dos temas
e das conclusões.
Monotonamente, monotonamente.

Monotonia. Arte, vida...
Não serei ainda eu que te erigirei o merecido
altar.
Que te manejarei hábil e serena.
Monotonia! Gume frio, acerado, tenaz,eloquente.
Sino de poucos tons, impressionante.
Mas se te descobri não te vou renegar.
Tu ensinas-me, tu insinuas-me a arte da verdade,
a pobreza e a constância.
Monotonia, torna-me desinterressada.

Na minha opinião o poema mostra muito o nosso dia-a-dia pois é tudo muito repetitivo, muito monotono o que torna a nossa vida desinterressante.

Anastasiya Yefanova Nº 1  9ºC

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