III
O tempo parou
no caminho para a escola
- musgo de voo,
asas de gaiola.
Às vezes no passado a morte é assim.
Continua-se vivo.
Só a gravidade muda de lei
- pedra que para sem peso no ar do jardim
e não torno a vê-la quebrar o vidro
que eu quebrei.
José Gomes Ferreira, Poeta Militante-Viagem do século XX em
Mim, 3.º vol., 4.ª ed., Dom Quixote, 1997
Análise :
O sujeito poético relembra o seu passado, focando-se num momento específico, a ida para a escola.
O
percurso para a escola é encarado como um momento de comunhão com a Natureza e
de liberdade, mas condicionada, pois conduz a um destino opressor.
Para
o sujeito poético, embora o tempo passe, o passado permanece dentro de nós.
Há leis que parecem imutáveis, mas que por momentos parecem ser desafiadas, contra toda a lógica.
Ainda que queira, o sujeito poético é incapaz de fazer o tempo voltar atrás.
Há leis que parecem imutáveis, mas que por momentos parecem ser desafiadas, contra toda a lógica.
Ainda que queira, o sujeito poético é incapaz de fazer o tempo voltar atrás.
Biografia do autor:
José Gomes Ferreira foi um escritor e poeta português, filho
do empresário e benemérito Alexandre Ferreira e pai do arquiteto Raul Hestnes
Ferreira e do poeta Alexandre Vargas Ferreira. Nasceu a 9 de julho de 1900 e faleceu em 1985.
Na minha opinião, o poema é uma invocação para
as pessoas que não valorizam aquilo que a
vida lhes oferece. Gostei do poema e recomendo a sua leitura.
Filipe Dias n.º20 9.ºB
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